Uma organização que movimentou mais de R$ 13 milhões com a venda de drogas foi alvo da Operação Longa Manus, deflagrada nesta terça-feira (22) em Tangará da Serra (a 252 km de Cuiabá). O grupo criminoso operava por meio de empresas de fachada nos setores de joalherias, comércio varejista de equipamentos de comunicação e hortifrutigranjeiros.
Na ação, a Polícia Civil cumpriu 13 mandados de prisão preventiva, 10 de busca e apreensão, além de 16 ordens de sequestro de valores e medidas de quebra de sigilo. Os madados foram cumpridos nos municípios de Tangará da Serra, Cuiabá, Várzea Grande, Juara e Goiânia (GO).
Conforme a Polícia Civil, os envolvidos são investigados pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e promover ou instituir organização criminosa. Em apenas seis meses, os envolvidos movimentaram cerca de R$ 13 milhões.
Investigação
Coordenadas pela 1ª Delegacia de Polícia de Tangará da Serra, as diligências iniciaram em março de 2024, após a prisão de um dos integrantes do grupo pelo crime de tráfico de drogas.
Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Civil identificou a existência de uma complexa organização criminosa, a qual se valia de empresas de fachadas para lavar o dinheiro proveniente do comércio de entorpecentes em Tangará da Serra.
As empresas de fachadas, dos ramos de joalherias e comércios varejistas de equipamento de comunicação e hortifrutigranjeiros, eram utilizadas para transformar o lucro do tráfico de drogas em valores provenientes de atividades legais.
Em seguida, o dinheiro era destinado para membros da organização nas cidades de Cuiabá e Rio de Janeiro (RJ).
Representações
As 55 ordens judiciais, embasadas nas evidências e nos indícios colhidos pela 1ª Delegacia de Polícia, foram deferidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), após parecer favorável do Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado.
Longa Manus
O nome da operação faz alusão a uma expressão que significa “braço longo” ou “mão longa”, referindo-se à capacidade de um Estado de exercer poder ou influência além de suas fronteiras.
Neste caso, a Polícia Civil, através do “braço estendido” do Estado, demonstra sua habilidade de desarticular e promover o sufoco financeiro de uma organização criminosa interestadual.
A operação integra as ações de planejamento estratégico da Polícia Civil de Mato Grosso para combate à atuação das facções criminosas, por meio da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero contra as facções criminosas, do Governo do Estado, e também os trabalhos da segunda fase da Operação Renorcrim, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Diretoria de Inteligência e Operações Integradas (DIOPI), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).