O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou que há ambiente político e assinaturas suficientes para que o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro seja colocado em pauta com urgência na Câmara dos Deputados e, em seguida, votado com “urgência urgentíssima” no Senado.
Segundo Fagundes, a proposta já conta com o apoio formal de 257 parlamentares, número superior ao necessário para que a matéria tramite diretamente no plenário da Câmara, sem passar por comissões.
“Se tiver boa vontade e o presidente da Câmara colocar em pauta, isso pode ser feito num dia. Temos assinaturas suficientes para isso”, afirmou Fagundes durante passagem pela Norte Show, em Sinop.
O senador também declarou que o apoio do Partifdo Liberal à eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara esteve condicionado ao compromisso de levar adiante a pauta da anistia.
“O PL não abre mão disso. Houve conversas e entendimentos antes da eleição. Se tiver as assinaturas, ele colocaria em pauta. E assim nós temos certeza: se aprovar na Câmara, vamos fazer de forma imediata no Senado, em urgência urgentíssima”, reforçou.
Durante a entrevista, Fagundes revelou ainda que o presidente da Câmara estaria sofrendo pressões para não avançar com o tema, inclusive com ameaças envolvendo familiares.
“Saiu na imprensa que estariam ameaçando o pai dele com algum processo. Não sei em que instância, quem está, mas não deixa de ser pressão”, comentou. O pai de Hugo Motta é prefeito na Paraíba.
Para Fagundes, retirar apoio à anistia agora seria um desgaste político difícil de justificar.
“Muitos parlamentares manifestaram o interesse de assinar depois que alcançamos as 257 assinaturas. A gente espera que nenhum que assinou retire a assinatura. É direito do parlamentar, mas eleitoralmente isso não é bom. Vai ter que dar muita explicação”, avaliou.
De acordo com o senador, a aprovação da anistia é uma forma de garantir o direito de manifestação e resgatar o que considera ser uma injustiça. “Vamos dar a primeira demonstração ao país de que queremos que todos tenham o direito de ir, vir e poder se manifestar”, concluiu.