O consultor da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA) e ex-prefeito de Sinop, Nilson Leitão, afirmou que os ataques à agropecuária brasileira têm origem em estratégias políticas e econômicas, e não em análises técnicas ou compromissadas com a realidade do setor. Segundo ele, algumas ONGs e partidos políticos se mantêm vivos justamente por atacar o agronegócio, que é hoje um dos principais motores da economia nacional.
Para Leitão, falar mal da agropecuária é atacar o alimento que o Brasil produz e exporta para mais de 180 países. Ele destacou que o setor é o que “deu certo” no Brasil e que transformou o país em um verdadeiro supermercado mundial.
“Não pode extinguir ninguém, não pode destratar ninguém. Tem que tratar todos iguais e continuar fazendo e avançando no que tem que fazer”, disse, durante a Norte Show 2025, em Sinop (480 km de Cuiabá).
O também ex-deputado federal destacou ainda que feiras agropecuárias são espaços de informação, tecnologia e grandes negócios e que seu impacto vai além dos dias de exposição. Para ele, eventos como esse impulsionam o desenvolvimento regional, atraem investidores e ajudam a melhorar indicadores sociais e econômicos.
“Onde tem agropecuária, o IDH é maior, a arrecadação é maior, as pessoas têm mais riquezas”, argumentou, ao defender o papel do setor como vetor direto de transformação econômica.
Leitão também criticou o discurso de que o agronegócio precisa se defender o tempo todo. Para ele, o agro não deve nada a ninguém e, por isso, não precisa de justificativas.
“Você só precisa defender quem deve. O agro não deve nada. Ao contrário, entrega”, afirmou, ao lembrar sua trajetória como líder da oposição e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, quando foi deputado federal.
Sobre a relação com o governo federal, ele reconheceu que há diálogo em algumas agendas, mas alertou para o que considera ameaças à segurança jurídica e à Constituição. Segundo ele, o atual governo flerta com movimentos como o Abril Vermelho e com o Movimento Sem Terra (MST), que pregam invasões de propriedades privadas.
“O agro jamais pode deixar de se sentir ameaçado. O atual governo pensa na insegurança jurídica, não acredita naquilo que está na Constituição, que é o direito à propriedade”, disse.
Apesar das tensões, Leitão demonstrou confiança na força do setor. Para ele, ameaças não superam o trabalho nem o desenvolvimento que o agronegócio promove. “Chega no final e tudo isso vira só ameaça, porque nada supera o trabalho. E o agro sabe fazer isso como poucos.”