Várzea Grande é a única cidade de Mato Grosso a utilizar a aplicação de “fumacê” para conter o mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como dengue, chikungunya e zika vírus. A técnica, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foi utilizada pela última vez no município em 2018 e voltou em a ser adota na última segunda-feira (14), em 46 bairros.
As localidades foram escolhidas por apresentarem os maiores índices de infestação do mosquito. Em fevereiro, a cidade chegou a solicitar para a Secretaria de Estado de Saúde (SES) a aplicação da nebulização espacial ultra baixo volume (UBV), mais conhecido como carro fumacê, mas o pedido foi negado por Várzea Grande não atender “critérios técnicos”. Após a negativa, houve limpeza dos locais de criadouros, mutirões de visita casa a casa com a orientação.
Mas, mesmo assim, teve a manutenção dos índices de ocorrências de casos, por isso o fumacê foi autorizado. Com o início dos trabalhos, três carros fumacê atuarão simultaneamente das 5h às 9h e das 16h30 às 19h, passando por bairros diferentes a cada dia. Gerente de Vigilância Epidemiológica de Várzea Grande, Alessandra Carreira, explica que os bairros foram escolhidos a partir da procura dos pacientes em unidades de saúde com quadros de arboviroses.
Já os períodos de aplicação do produto consideram o horário de maior atividade dos mosquitos. A ação será realizada em três ciclos de pulverização no mês de abril: do dia 14 ao dia 17, de 18 a 21, e de 22 a 24. Ao todo, serão percorridos mais de 2.300 quarteirões, atingindo uma área de cobertura média de 65.156 imóveis.
“Quando o carro fumacê passar, deixe portas e janelas abertas, proteja seus animais de estimação isolando-os em ambiente seguro e cubra alimentos”, orienta Alessandra. Entre os bairros contemplados estão: Cristo Rei, Manga, Parque o Lago, Construmat, Maringá I, Capão Grande, Novo Mato Grosso, Jardim Eldorado, São Matheus, Santa Izabel, Jardim Imperial, entre outros.
“A medida visa reduzir a população de mosquitos adultos infectados, interromper a cadeia de transmissão, diminuir o número de casos e, consequentemente, a alta demanda nas unidades de saúde. Mas a estratégia mais eficaz é a eliminação dos criadouros. Se não eliminar os criadouros, matamos a população adulta, mas continua tendo mosquito”, complementa Alessandra.