Assassino de andarilho não conhecia vítima e se guiou por características repassadas por terceiros, revela delegado

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O procurador da Assembleia Legislativa Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva não conhecia o homem que matou, o morador de rua Ney Muller Pereira, na calçada da chamada rua 1 do bairro Boa Esperança, em Cuiabá, na noite de quarta-feira (9). Conforme relato do delegado de Homicídios e Proteção à Pessoa, Edison Pick, ele chegou até a vítima por características repassadas por pessoas que estavam no estacionamento do posto de combustível onde seu carro teria sido, supostamente, depredado pelo andarilho.

Segundo relato do delegado, a partir das declarações prestadas pelo acusado, que foi preso em flagrante pelo crime, ele teria parado em um posto de combustível com a família, esposa e três filhos menores de idade, para jantar. Quando estava no estabelecimento, foi comunicado de que um morador de rua teria depredo seu veículo, um Land Rover. O acusado, então, foi até o carro, viu as avarias, voltou para o estabelecimento para terminar de jantar e, só depois de deixar sua família em casa, saiu para tomar providências.

Ele foi até os postos da Polícia Militar em frente ao Shopping Três Américas e no bairro Boa Esperança e, na volta, matou a vítima.

“Eles não se conheciam. Ele reconheceu o Ney Muller pelas características repassadas no posto de combustíveis… Agora, a gente vai levantar as testemunhas que visualizaram, desde o momento do posto, onde se iniciou todo o fato, para confirmar os relatos dele. Vamos checar junto à PM se ele realmente esteve nos dois postos, no shopping e no Boa Esperança. Confirmando todos os fatos relatados no depoimento dele, a versão dele é verídica”, explicou Pick.

O delegado reforçou que o procurador não viu o andarilho antes de matá-lo, tampouco o viu quebrando o carro, e foi guiado pelas características repassadas por terceiros.

“Não viu o Ney destruindo o carro, porque ele estava dentro do restaurante jantando. Foram ditas as características: uma pessoa magra, alta, com uma camiseta vermelha e de short. E aí ele viu, nas duas oportunidades, a mesma pessoa com as mesmas características”.

Conforme o delegado, os próximos passos do inquérito serão avaliar as imagens dos demais vídeos, pois, até o momento do flagrante, apenas uma imagem havia sido observada.

“É o que vai apurar agora, com os demais vídeos. Como a gente apresentou apenas um vídeo… Quando a gente fez o flagrante, eu tinha acabado de fazer a apreensão dos vídeos coletados no Ciosp e na UFMT. A gente ainda não analisou esses vídeos, não deu tempo. A gente vai fazer agora, durante o inquérito”.

Através das novas imagens, será possível saber se houve alguma conversa entre o acusado e a vítima antes do disparo, e a suposta ameaça feita pelo andarilho ao procurador.

“No vídeo que a gente apresentou o flagrante mostra apenas a projeção do suspeito quando ele faz o disparo. Então, não tem como ver se a vítima fez essa projeção que o suspeito fala em seu interrogatório, que ele fez menção de entrar dentro do veículo pelo vidro aberto”, declarou.

O delegado ainda acrescentou que o acusado disse não estar com raiva na hora que decidiu atirar na vítima. “Ele falou que ele não estava com raiva, tava tranquilo, que foi um momento que ele não soube explicar o que passava pela cabeça”, relatou, informando que o procurador estava sóbrio, aparentemente.

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