O lugar mais seguro?

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Tenho para mim que o lugar mais seguro para um bebê estar é na barriga da mãe, mas de uns tempos para cá isso já não é mais.
De barbárie em barbárie que vemos nos jornais diários, sobretudo os que passam ao meio-dia, está cada vez mais comum os crimes cometidos em gestantes.
Recordo-me de ver uma notícia que me chocou por um longo período: uma bala perdida que atingiu um feto dentro da barriga da mãe.
Se não tivesse ocorrido em uma cidade onde os tiroteios são vistos à luz do dia, acharia que seria uma fatalidade isolada.
Mas não foi apenas um caso.
Agora, mais uma vez, me deparo com a infeliz notícia de um crime que pensava ser inimaginável, um roubo de um feto.
Ou seja, tal qual a outra notícia, uma vida que ainda estava dentro da barriga da mãe. E dessa vez aconteceu mais perto, na cidade onde moro.
Sim, vou repetir, roubo de um feto arrancado de dentro da barriga da mãe com a mais absurda crueldade, de modo a assustar não só a população, mas também a equipe dos peritos que assim se expressaram ao falar sobre o caso.
Aqui cabe inúmeras reflexões sobre a que ponto nossa sociedade está se direcionando, ainda mais sob a perspectiva do paradoxo comumente debatido “avanço tecnológico versus declínio humano.”
Mas não dá tempo de refletir, temos que correr com os afazeres domésticos, trabalhar, recomeçar de novo e de novo enquanto assistimos ao jornal na televisão que, depois de meia dúzia de notícias trágicas, encerra a edição com a previsão do tempo e dicas de passeio. E a vida segue a rotina de hoje também amanhã e amanhã.
Mas ainda assim me pergunto, muita tecnologia está sendo inserida em nosso cotidiano para nos poupar tempo.
Mas o que então estamos fazendo com esse tempo?
Se não buscarmos melhorar como seres humanos, rotinas e novas rotinas vão devorar nossa força de vontade e caminharemos para uma distopia sem fim.
Assuste-se quem não ficou perplexo com esse tipo de crime; os valores e virtudes humanas não podem ser desprezados. O normal de uma sociedade é conviver respeitando a si mesmo e ao próximo e não dilacerando os direitos. Essa inversão tem que ser combatida não só por politicas públicas, mas antes de tudo, dentro de nós.

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