Secretário de Estado de Segurança Pública, Coronel PM César Roveri, negou qualquer possibilidade de vazamento da Operação Office Crimes – A Outra Face, que investiga o assassinato do advogado Renato Nery, em Cuiabá. A dúvida veio à tona após um dos alvos presos, que é policial militar, ter sido exonerado oficialmente na quinta-feira (5) do Gabinete Militar do governador Mauro Mendes, um dia antes da operação.
“Não há vazamentos. Quando há, é para prejudicar uma investigação. Ela foi prejudicada em quê? Suspeitos foram presos, as ordens foram cumpridas, tudo que tinha que ser feito pela Polícia Civil foi feito de forma autônima e eficiente”, disse.
O policial em questão é o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos. Roveri ressaltou em entrevista à imprensa que, na época do crime contra Nery, Ramos era policial da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam) e que só entrou para o Gabinete Militar, que faz a segurança do governador, em janeiro. Já no mês seguinte pediu exoneração.
“O motivo da exoneração tem que ser verificada no gabinete. Ele ficou lá cerca de 20, 30 dias. Não somente ele, mas vários policiais foram exonerados do gabinete entre janeiro e fevereiro. Eu já fui secretário do gabinete, vários policiais entram e saem. É um serviço de proteção, alguns não se adaptam, o que é comum na Segurança Pública”, destacou.
Em nota divulgada nesta quinta, a SESP informou que o cabo pediu exoneração no dia 27 de fevereiro, mas com o feriado de Carnaval, a publicação saiu no dia 5 de março. Afirmou ainda que “qualquer alegação diferente disso, não passa de acusações irresponsáveis e mentirosas”.
Operação
Deflagrada pela Delegacia de Homicídios (DHPP), a operação conseguiu prender 5 pessoas. Um policial está foragido, trata-se de Heron Teixeira Pena Vieira. Investigadores foram até a casa dele e foram informados que ele “saiu para pescar” durante a madrugada.
Além dos mandados de prisão, os policiais cumpriram buscas e apreenderam a arma utilizada para matar Nery, bem como a motocicleta usada na fuga do assassino.
Renato Nery morreu aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho do ano passado, na frente de seu escritório, na capital. O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas foi a óbito horas após o procedimento médico.
Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional. As investigações da DHPP apontam a disputa de terra como a motivação para o homicídio de Renato Nery.
Primeira fase
Em novembro de 2024, a DHPP cumpriu 5 mandados de buscas em endereços residenciais e comerciais dos investigados nas cidades de Cuiabá e Primavera do Leste.
As medidas cautelares foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), após representação da delegacia especializada.
As buscas são um meio de obtenção de provas para apurar a participação dos investigados pelos delitos de homicídio qualificado e organização criminosa. (Com assessoria)