A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, afirmou que, caso tenha ocorrido um vazamento de informações relacionadas a 3ª fase da ‘Operação Office Crime’, referente ao caso do advogado Renato Nery, é necessário investigar o ocorrido e punir os responsáveis.
“Eu acho que a advocacia, a OAB, a sociedade espera e eu tenho certeza que virão as respostas necessárias com suposto envolvimento de policiais militares, com suposta utilização de armas do Estado, armas acauteladas pelo Estado e também em relação a esse possível vazamento. Em que circunstâncias que se deu essa fuga? Nós estamos cobrando, pedindo e esperamos. Acredito que teremos as respostas necessárias”, declarou a presidente da Ordem.
Gisela defendeu que o suposto vazamento de informações deve ser investigado com rigor e cautela, destacando a importância de identificar e punir os responsáveis pelo crime.
“Nós precisamos buscar, primeiro, se houve o vazamento e, depois, as responsabilidades. Que se identifique os responsáveis e que haja punição. Há aqueles que proporcionaram, se houve o vazamento, mas nesse momento sem dúvida nenhuma, a nossa primeira preocupação e busca é para a solução definitiva desse crime. Nós temos aí os supostos executores envolvidos na execução, mas nós precisamos da resposta dos mandantes. Então, no primeiro momento, o que nós mais buscamos e esperamos é a conclusão deste crime”, explicou a jurista.
A operação
Seis pessoas tiveram mandados de prisão temporária expedidos no âmbito da Operação Office Crimes – a Outra Face, deflagrada na manhã desta quinta-feira (6) para apurar o homicídio do advogado Renato Gomes Nery. Cinco dos alvos são policiais militares do Estado, quatro presos e um foragido.
Além das ordens de prisão, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), cumpriram também dois mandados de busca e apreensão.
Essa é a terceira fase da operação que busca esclarecer o assassinato do jurista, ocorrido em julho do ano passado. A primeira foi deflagrada em novembro e tinha como alvos advogados e empresários. Na época, buscas foram cumpridas no escritório JB Advocacia, localizado no bairro Quilombo, em Cuiabá.
Na segunda fase, deflagrada em fevereiro deste ano, o mesmo escritório de advocacia foi alvo dos agentes civis em cumprimento a um novo mandado de busca e apreensão.
O caso
Renato Nery tinha 72 anos quando foi morto em 5 de julho de 2024. Ele chegava a seu escritório, localizado na avenida Fernando Corrêa da Costa, uma das principais vias da Capital, quando foi atingido por diversos disparos de arma de fogo.
Ele foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.
Em julho, a DHPP cumpriu três mandados de busca e apreensão nas cidades de Guarantã do Norte, Cuiabá e Várzea Grande, com o objetivo de coletar informações que corroboram as investigações.
Em setembro, a DHPP requisitou uma perícia complementar para auxiliar na identificação do executor do crime.