A Polícia Civil suspeita que os militares envolvidos no assassinato do advogado Renato Nery tenham forjado confronto com criminosos para dar “fim” a arma utilizada na execução do jurista.
A tese está sendo investigada, uma vez que a arma usada para matar o advogado, uma pistola glock 9mm, foi encontrada na cena de um confronto, que ocorreu dias após a morte do ex-presidente da OAB e contou com a participação de três dos cinco policiais presos na manhã desta quinta-feira (6), no âmbito da Operação Office Crimes – A Outra Face.
Trata-se de soldado Wekcerlly Benevides de Oliveira, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos e o 3º Sargento Leandro Cardoso. O confronto em questão ocorreu nas proximidades do Contorno Leste, em Cuiabá. O fato, inclusive, foi invetigado na Operação Simulacrum e os policiais foram denunciados por formação de um grupo de extermínio.
O advogado foi morto em 5 de julho do ano passado. O confronto, por sua vez, ocorreu no dia 12 do mesmo mês, sete dias depois, em meio a informação de uma ocorrência de roube de veículo.
Na oportunidade, dois criminosos foram baleadores e um conseguiu fugir. Dos dois feridos, um morreu e o adolescente foi apreendido. A ocorrência resultou na apreensão de duas armas, que passaram por exames de balística, o que mostrou que uma delas também tinha sido utilizada para matar o advogado.
Diante disso, a PJC trabalha com a possibilidade de este confronto ter sido forjado pelos militares envolvidos a fim de plantar a arma em uma cena do crime e se desvincularem da investigação.
Além dos três, o militar Jorge Rodrigo Fernando também foi preso na manhã desta quinta-feira (6) por envolvimento na morte do advogado, assim como Alex Roberto de Queiroz Silva, caseiro do policial Heron Teixeira Pena Vieira, que é considerado foragido.