O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), nega que a gestão municipal esteja encaminhando pacientes de forma deliberada para ser atendidos no Hospital Santa Casa. De acordo com o prefeito, as unidades de saúde da Capital têm a capacidade de atender os munícipes e o problema é que o governo do Estado criou a imagem de que a Santa Casa é um hospital de referência, o que faz com que a população procure a unidade sem ao menos cogitar a ideia de buscar as de Cuiabá.
“A gente não tem como segurar quem vai para Santa Casa. Se ela for porta aberta, ela vai receber toda a população cuiabana. O governo do Estado fez um grande marketing em cima da Santa Casa dizendo que seria praticamente um hospital infantil de referência. Então, os pais que querem um hospital infantil de referência vão para lá. Não somos nós que estamos mandando”, disse o prefeito nesta quinta-feira (27).
Nos últimos dias, o Governo de Mato Grosso determinou por duas vezes o fechamento do Pronto Atendimento Infantil da Santa Casa em razão da superlotação, provocada inclusive pelo surto de arboviroses que ocorrem na cidade.
O hospital é mantido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que justificou a medida “para assegurar um bom atendimento às pessoas que já aguardam na recepção e para não colocar em risco novos pacientes que chegam ao local”.
Abilio reforçou que as unidades de saúde de Cuiabá estão atendendo normalmente, ainda mais no atual momento, em que a cidade vive um estado de emergência devido ao aumento dos casos de dengue e chikungunya. O prefeito até mesmo acredita que a Santa Casa não tenha uma estrutura tão grande para atender seus pacientes.
“A Santa Casa não é um hospital com as condições adequadas para atender um grande volume de pessoas. Ela não comporta essa capacidade de atendimento. Ela abriu as portas no momento crítico que Cuiabá estava passando, a situação de mau relacionamento entre os dois governos e a dificuldade da gestão na saúde da Capital. Mas eu, Abilio, não acredito que a Santa Casa tenha estrutura para atender porta aberta. Ela é grande, mas o setor de pediatria é pequeno”, disse o prefeito.