O vereador Dilemário Alencar (União) tem atuado não só como líder do prefeito na Câmara, mas também como fiel defensor de Abilio Brunini (PL). Nesta semana em especial, agiu como escudeiro do liberal, que foi alvo de acusações de nepotismo, por favorecer parlamentares com a oferta de cargos ao nomear supostos parentes na prefeitura. O que o legislador negou, sob o argumento de que tal ação não é considerada como nepotismo, sequer nepotismo cruzado e reforçou que as acusações precisam ser embasadas em provas concretas.
O responsável por levantar o favorecimento de familiares de parlamentares foi o vereador Jeferson Siqueira (PSD), que vem rivalizando com Abilio desde antes de tomar posse.
“Nepotismo é quando um chefe do Executivo nomeia parentes. O Jeferson tem todo o direito de fazer oposição, mas eu já estou vendo que ele está partindo pelo lado pessoal”, declarou o vereador à imprensa nesta terça-feira (4).
A polêmica começou ainda na segunda-feira, quando o clima esquentou entre o vereador Jeferson Siqueira e o prefeito Abilio em meio à cerimônia de começo do ano parlamentar na Casa de Leis cuiabana. Na ocasião, o legislador acusou Brunini de nepotismo por ter indicado supostos parentes de vereadores para cargos em sua gestão. Na sequência, o prefeito se retirou da solenidade e pediu que o parlamentar comprovasse a prática.
O líder do prefeito argumentou se tratar mais de ‘dor de cotovelo’ de Jeferson, por ter perdido a disputa pela Mesa Diretora para a presidente Paula Calil (PL), indicada ao cargo pelo chefe do Executivo.
“Ele quer fazer polêmica. Polêmica é polêmica, gente. O Jeferson, eu entendo ele. Está magoado, perdeu a eleição aqui para a presidente Paula. Até falei para ele, Jeferson, a oposição que você está fazendo é uma situação pessoal. Não vai pro CPF, parte para fazer crítica à gestão”, declarou Dilemário.
O vereador ainda ponderou que é comum que vereadores, deputados e senadores indiquem pessoas de sua confiança para atuarem em governos.
“No governo federal, certamente, tem deputado federal ou senador que nomeou parentes para trabalhar no governo federal. Se a pessoa tiver bom currículo, por que não pode? Vamos ficar com hipocrisia, né? Agora, o que ele acusou foi o prefeito nepotista. De nepotismo. E aí ele vai ter que provar”.
Ainda conforme Dilemário, o proibido seria uma troca de favores, o que caracterizaria o nepotismo cruzado. Citou como exemplo um prefeito indicar um parente de vereador para atuar na prefeitura, enquanto que o legislador indica familiar do Executivo para atuar na Câmara como ‘pagamento’.
Por isso, pediu para que Jeferson, que declarou inclusive que fará denúncia aos órgãos fiscalizadores, comprovasse o suposto crime.
“Vocês têm que pedir para o Jeferson provar se há algum parente do prefeito nomeado na Câmara Municipal e se tem algum parente do vereador lá, para fazer esse nepotismo cruzado”, finalizou.