Edézio Correa, peça central do esquema de fraudes em licitações em dezenas de prefeituras e órgãos em Mato Grosso, teve sua prisão mantida a pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). Os 5 familiares dele, que também haviam sido presos durante a Operação Gomorra, que desarticulou o esquema, foram soltos.
O pedido de prisão contra Edézio foi feito pelo procurador de Justiça Carlos Zarour, que atua no Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco). O desembargador Helio Nishiyama, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), acatou o pedido do promotor e manteve Edézio preso, concedendo liberdade à esposa, à irmã e aos 3 sobrinhos do líder do esquema.
Ligada ao grupo também estaria Karoline Quatti Moura. Ela é proprietária da empresa Karoline Quatti Moura EPP, que fez diversas transações financeiras coma empresa Saga Comércio, que pertence à irmã de Edézio. Karoline também foi alvo da Operação Gomorra no último dia 7, mas não chegou a ser presa.
As investigações
Conforme o Naco, a partir dos cruzamentos dos dados de parentescos e quadros societários das empresas, foi possível estabelecer um diagrama de vínculos existentes entre as empresas Centro América Frotas Ltda, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda, Pantanal Gestão e Tecnologia Ltda e Pontual Comércio Serviços Terceirizações Ltda.
As investigações revelaram ainda que nos últimos 5 anos, os montantes pagos às empresas chegam à quantia de R$ 1.8 bilhão, conforme a lista de contratos divulgada no Radar MT do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Durante a investigação, foram verificadas ainda movimentações financeiras entre as empresas envolvidas.
Segundo o Naco, as empresas investigadas atuam em diversos segmentos, sempre com foco em fraudar a licitação e disponibilizam desde o fornecimento de combustível, locação de veículos e máquinas, fornecimento de material de construção até produtos e serviços médico-hospitalares.