O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União), negou que esteja se movimentando nos bastidores para interferir na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá, como o prefeito eleito Abilio Brunini (PL) apontou. Botelho avalia que as declarações de Abilio são por conta do seu perfil e que ‘fala pelos cotovelos’.
“Quisera eu ter vereadores para interferir. Eu não tenho nenhum vereador lá, que é que pode se dizer que é meu, que eu tenho influência. Não estou interferindo e nem tenho intenção nenhuma de interferir. Lá é independente”, disse Botelho nesta quarta-feira (6).
O parlamentar afirmou que chegou a ser procurado por alguns vereadores, porém, ele não continuou a conversa. “Alguns vereadores até me procuraram para conversar, e eu disse: ‘Não tenho vereador para indicar. Eu não tenho como direcionar ninguém. Eu não tenho poder sobre ninguém’. Tem outros deputados que tem muito mais, como o Faissal que tem a irmã [Paula Calil], o Max tem alguns vereadores. Eu não tenho ninguém na Câmara”, completou.
Botelho afirmou ainda que chegou a enviar mensagem para Abilio logo após o segundo turno, o parabenizando pela vitória, desejando sucesso e se colocando à disposição, porém, o prefeito eleito nunca o respondeu.
Abilio Brunini afirmou na terça-feira (5), que Botelho e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), estariam tentando eleger a Mesa Diretora da Câmara da capital para prejudicá-lo. E que diante disse, decidiu entrar de cabeça na disputa para eleger a Mesa Diretora que seja alinhada com sua futura gestão.
Abilio Brunini indicou a vereadora eleita Paula Calil (PL) para presidente. Ela é irmã do deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) que foi seu coordenador de campanha.
Nas negociações, Abilio chegou a oferecer uma secretaria para a vereadora Maysa Leão (Republicanos) para que ela declinasse da disputa da Mesa Diretora. Porém, ela negou. Já em relação a Michelly Alencar (União), Abilio indicará o esposo dela, Jeferson Neves como futuro secretário.
A postura do prefeito eleito é bem diferente de quando era vereador, e acusava os vereadores da base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de ‘paus mandados’ da prefeitura. Agora no Executivo, Abilio usa a máquina para evitar uma derrota antes mesmo de tomar posse.