Juíza nega mais prazo à defesa de réus no caso Zampieri

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A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, negou um pedido dos réus pelo homicídio do advogado Roberto Zampieri para que houvesse a prorrogação do prazo para apresentação das alegações finais. Ela apontou inércia da defesa e destacou que a instrução processual foi concluída há quase 40 dias, restando apenas as alegações finais.

Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas foram denunciados pelo homicídio de Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, com as qualificadoras de recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de arma de uso restrito e mediante paga ou promessa de recompensa.

No último dia 14 de outubro as defesas de Antonio e de Hedilerson pediram à juíza a prorrogação do prazo para apresentação de suas alegações finais, alegando que seria necessário mais tempo para análise das provas obtidas com a perícia do celular da vítima.

Ao analisar o caso a magistrada destacou que a instrução processual foi encerrada há mais de 36 dias e, desde então, estão sendo aguardadas as alegações finais.

Ela considerou que “a Defesa insiste em tentar, a qualquer custo por meio de reiteradas manifestações, lograr êxito em obter a dilação de prazo para apresentar as derradeiras alegações”. Contudo, pontuou que houve falha por parte da própria defesa.

“Desde a data de 18 de setembro de 2024, ou seja, há aproximadamente 30 dias, esta Magistrada (…) autorizou que as partes tivessem acesso os dados extraídos dos aparelhos celulares retidos nos autos, todavia, somente na data de 16 de outubro de 2024 é que o ‘assistente técnico’ nomeado por todos os processados compareceu neste Juízo para realizar a cópia dos citados elementos probatórios”.

 

A magistrada pontuou que os réus não podem “se beneficiar da própria torpeza, ou seja, a Defesa não pode tirar proveito de uma ocasião por ela própria causada”. Com isso ela rejeitou os pedidos de dilação de prazo para apresentação dos memoriais escritos.

Arma do crime
Na mesma decisão a juíza decidiu sobre outro pedido de Hedilerson, de revisão da decisão que manteve a apreensão da arma de fogo utilizada no crime. A magistrada considerou que a arma ainda pode servir ao caso e, com isso, negou o pedido.

“A apreensão da arma de fogo ainda interessa ao deslinde do feito, visto que, no caso em questão, se processa a prática de crime doloso contra a vida consumado, sendo que, em caso de pronúncia (…), serão os réus submetidos à sessão de julgamento perante o soberano Tribunal do Júri (…), oportunidade em que a arma de fogo apreendida nos autos poderá ser utilizada pelas partes, na citada sessão de julgamento”.

 

O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.

No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como intermediário do crime, sendo responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo.

Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador do crime. O suposto mandante, Aníbal Manoel Laurindo, está solto.

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