O trabalhador rural Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, morto na noite de quarta-feira (7) durante uma discussão sobre política em Confresa, recebeu ao menos 15 facadas e ainda um golpe de machado no pescoço.
A informação é do delegado da Polícia Civil Victor Oliveira, que investiga o caso.
Benedito, que era defensor do ex-presidente Lula, foi assassinado pelo colega de trabalho Rafael Silva de Oliveira, de 24, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), depois de uma calorosa discussão sobre os dois principais candidatos à Presidência.
Rafael prestou depoimento à Polícia e confessou que matou Benedito com extrema violência.
Segundo relatos do suspeito, em determinado momento, os ânimos se exaltaram e Benedito deu um soco no rosto dele, que revidou. Em seguida, Benedito pegou uma faca e partiu para cima do desafeto, que conseguiu tomar-lhe a arma.
Depois, Rafael correu atrás de Benedito e desferiu a primeira facada, nas costas. Em seguida ainda acertou o olho e a testa da vítima. Foram pelo menos 15 facadas.
Neste momento, o agressor voltou ao barraco, pegou um machado e tentou decapitar a vítima, que ainda estava viva, com um golpe de machado. Em seguida, escondeu as armas do crime e fugiu a pé.
“O autor foi para cima, deu golpe no olho, outro no pescoço e vários golpes na testa [de Benedito]. Após isso, o autor se levantou, retornou para o barraco, pegou um machado, voltou até a vítima, viu que ainda estava com vida e desferiu o último golpe fatal nela”, contou o delegado.
O lulista e o bolsonarista se conheciam há apenas dois dias. O delegado ainda explicou que eles não eram conhecidos pelo fanatismo político.
Prisão
Na manhã de quinta-feira (8), Rafael compareceu a um hospital do Munícipio para receber atendimento médico. Conforme o delegado, a PM já estava no local e tinha conhecimento de que uma pessoa fora vítima de um homicídio na zona rural.
Ele apresentava sangue nas roupas, lesões, cortes nos supercílios e arranhões pelo corpo. Indagado, alegou que ele tinha sido vítima de uma tentativa de roubo.
Mesmo assim, foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, onde, após ser confrontado, confessou o crime. De acordo com a Polícia, Rafael possuía passagens criminais por delitos cometidos na cidade.
“Já deslocamos ao local do fato, onde estava o corpo da vítima e lá nós encontramos a arma do crime e também outros elementos que ligavam o autor aos fatos. Com isso, ele viu que não adiantava mais negar e resolveu confessar”, disse o delegado.
Rafael foi preso em flagrante e será indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel.
Prisão preventiva
Nesta quinta-feira (8) a Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante de Rafael. A decisão foi assinada pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara da Comarca de Porto Alegre do Norte, durante audiência de custódia.
Conforme o magistrado, a conduta de Rafael foi “reprovável”, uma vez que ele feriu um dos princípios fundamentais descritos na Constituição Federal.
O caso foi encaminhado à Defensoria Pública, que deve designar um defensor para acompanhar o processo.
Fonte: Mídia News