Réu diz que sofreu 4 tentativas de homicídio e suspeita de viúva

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Autor confesso do assassinato do empresário Toni da Silva Flor, ocorrido em 2020 em Cuiabá, Igor Espinosa revelou em depoimento à Justiça que sofreu quatro tentativas de homicídio dentro da Penitenciária Central do Estado.

Espinosa prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (24) na ação penal a que responde pelo assassinato do empresário.

“Tentaram me matar quatro vezes”, relatou ao juiz Flávio Miraglia, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Conforme Igor, as tentativas de assassinato ocorreram dentro da igreja da penitenciária.

Os atentados, segundo Igor, foram executados por outros detentos que seriam faccionados. O acusado suspeita que eles estavam agindo a mando de Ana Cláudia Flor, viúva de Toni e denunciada como mandante do crime. Após os episódios, Igor conta que pediu para sua advogada tirá-lo do convívio e ele passou quatro meses em isolamento.

Ainda em seu depoimento, o réu afirmou que desde antes de ser preso tinha medo da viúva.

“No dia que eu fui preso o delegado mostrou um áudio para mim, em que ela dizia que queria me matar. Se ela foi capaz de mandar matar o próprio marido, ela não ia mandar me matar?”, questiona.

A própria mãe de Toni Flor, Leonice da Silva Flor, afirmou no dia de seu depoimento, na última terça-feira (22), que a viúva havia contado para ela o desejo de executar Igor após sua prisão.

Leonice relatou que tentou fazer a nora desistir da ideia, pois a morte de Igor resultaria no arquivamento das investigações e ele era a “chave” para descobrir o que havia acontecido.

No entanto, segundo a mãe do empresário, Ana Cláudia não concordou e afirmou que não sairia dali até encontrar alguém para matar Igor ainda naquela noite.

Na audiência, Igor ainda mencionou uma ocasião em que teria discutido com Ana Cláudia por telefone ao cobrar o restante do dinheiro combinado para executar Toni. Na ligação, o atirador afirmou que “caso rodasse, todos iriam rodar com ele”.

Depois da ameaça, Igor afirma que a viúva entrou em contato com ele novamente, muito mais calma, e pedindo para ele encontrá-la pessoalmente para receber a outra parte do pagamento. No entanto, Igor se recusou, pois desconfiava que seria uma emboscada.

Proposta e depoimentos divergentes

Ana Cláudia confessou à Justiça que mandou matar o marido. No entanto, disse que havia se arrependido e, no fim, não deu o aval para que o atirador seguisse com o plano. Segundo ela, os criminosos agiram por conta própria, vigiando a rotina da vítima, quando ela já havia se esquecido do combinado.

A versão apresentada pela viúva difere do que foi relato por Igor. O réu contou que o contato com Ana Cláudia teria ocorrido um dia antes do atentado contra o empresário, que ocorreu no dia 10 de agosto de 2020.

Na ocasião dos fatos, Igor disse que estava sob efeito de entorpecentes e aceitou executar o serviço após a mandante mostrar fotos das lesões que havia sofrido durante agressões do marido.

Igor afirmou que aceitou a proposta por estar influenciado pelo efeito do entorpecente e por precisar do pagamento prometido pela viúva, que seria usado para pagar suas dívidas com traficantes de drogas.

“Fui no outro dia sob efeito de droga, estava amanhecido, sentei lá, fiquei esperando com a foto dele [Toni] e do carro. […] Quando ele desceu do carro fui de frente para ele, falei ‘perdeu’, dei os tiros e ele caiu gritando socorro e eu montei na moto e fugi”, relata.

Horas após cometer o crime, Igor afirmou que se encontrou com Ana Cláudia e recebeu parte do pagamento da execução.

“Ela falou ‘some e fica de boa que eu me viro aqui’. Ai eu peguei esses 20 mil e fui para o Rio de Janeiro”.

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