Governo prevê negociação difícil, mas não teme reinício da greve

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LISLAINE DOS ANJOS

O Governo do Estado prevê uma “negociação difícil” com policiais penais na reunião que acontece na quinta-feira (3) no Palácio Paiaguás.

A queda de braço começou em dezembro, quando a categoria entrou em greve pedindo recomposição salarial dos últimos 10 anos e a equiparação salarial com as outras forças da Segurança Pública.

A paralisação foi suspensa no dia 5 deste mês, após o Executivo reafirmar que não negocia com grevistas.

Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, antes da categoria cruzar os braços, as negociações estavam andando de forma tranquila com o Governo, mas tudo voltou à estaca zero quando as atividades no sistema prisional foram suspensas.

“Por enquanto não existe nenhum percentual de reajuste para essa categoria, até porque fomos claros quando eles disseram que iam iniciar a greve. Eu falei que tudo iria para a estaca zero e não existiria mais negociação nenhuma”, disse, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá.

“Infelizmente, eles tomaram a decisão pela greve e essa negociação hoje é zero. O que existe hoje é a construção de um ambiente para favorecer uma futura negociação que pode existir como pode não existir”, completou.

Mauro Carvalho é um dos membros do staff do governador Mauro Mendes (DEM) que irá participar da nova reunião com a categoria nesta semana.

Segundo ele, a discussão com o segmento não se resume à questão salarial, mas o Estado coloca na mesa os benefícios como vale-alimentação e os investimentos feitos para a segurança dos servidores – como fardamento e coletes – bem como aqueles feitos no sistema penitenciário como um todo.

“É uma negociação muito difícil, muito complicada”, resumiu.

Ele salientou, ainda, que o Governo não teme que a categoria retome o movimento grevista.

“O Estado tomou todas as providências quando a greve foi iniciada, a Polícia Civil deu total apoio, a PM também, e tivemos pouquíssimas situações de algum imprevisto. Estamos preparados caso a Polícia Penal tome de novo a decisão de retomar a greve”, afirmou.

Equiparação salarial

Uma das coisas que o Estado deve apontar na reunião é de que hoje existe uma paridade muito grande entre os salários das polícias Penal e Militar. Conforme o Paiaguás, existe uma diferença no início da carreira, mas apenas entre 187 policiais penais.

Segundo Carvalho, a diferença em algumas faixas das duas carreiras é pequena, sendo que em alguns casos a Polícia Penal tem salário um pouco acima da PM. Além disso, a remuneração em Mato Grosso não estaria fora do piso nacional.

“E a PM, quando o servidor chega ao último posto, há uma vaga limitada. E na Polícia Penal, você vai subindo de classe normalmente”, disse.

“Essa reunião que teremos nesta semana vai ser mais uma discussão para reavaliarmos estes números e fazer a comparação não só com a PM, mas com o salário pago nos outros estados brasileiros. Pelo que temos visto, estamos em uma situação bem tranquila com relação ao piso médio da categoria da Polícia Penal”, concluiu.

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