LISLAINE DOS ANJOS
O deputado João Batista (PP) afirmou que não viu empenho da própria base governista em garantir à aprovação do projeto que criava o Conselho LGBTQIA+ em Mato Grosso.
A pauta foi encaminhada pelo Governo do Estado para a Assembleia no ano passado, mas acabou “enterrada” no mês de dezembro.
“Quando o projeto chegou, eu declarei meu voto pela aprovação do Conselho. Mas não houve tanta vontade assim da própria base do Governo para aprovação desse projeto”, afirmou.
Ele citou ainda que o presidente da Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo deputado estadual Sebastião Rezende (PSC), disse que o projeto seria inconstitucional e que o clima entre os parlamentares da Casa não ajudou no andamento positivo da pauta.
“A forma como foi discutido lá dentro que não favoreceu a aprovação do projeto”, completou.
Durante a tramitação do projeto na Casa, Rezende se destacou por praticamente liderar uma “cruzada” contra o conselho. Para ele, a criação geraria “custos significativos” ao Executivo, mesmo o Governo argumentando o contrário.
A pressão sobre os parlamentares foi grande, inclusive com as galerias cheias a cada sessão até a reprovação do projeto por 11 votos a cinco.
Segundo João Batista, para a imprensa ficou parecendo que os deputados “seriam homofóbicos, que não gostariam da população LGBTQIA+”, quando na verdade, a maioria da Casa não dá a mínima para a pauta.
“A grande maioria dos parlamentares não está nem aí se existem pessoas LGBT ou não, não se envolvem nessas discussões. A maioria está mais preocupado com projetos voltados ao agronegócio, ao servidor público ou qualquer outra área”, declarou.
O parlamentar acredita que há espaço para a discussão ser retomada no Legislativo neste ano, caso essa seja a vontade do Governo do Estado.
“Acredito que possa retornar essa discussão em 2022, se houver verdadeiramente por parte do Governo a necessidade e a vontade de aprovar esse Conselho”, disse.