Ederaldo Lima: “O poder de compra do brasileiro tem cada vez mais diminuído”

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Redação

Ederaldo José Pereira de Lima, contador e mestre em contabilidade, é o entrevistado desta semana do Notícia Max, quando sobre as perspectivas econômicas para 2022, bem como o poder de compra com o novo salário mínimo. Ele ainda analisa os reflexos da redução de impostos anunciada pelo Governo do Estado e prevê um ano de instabilidade no setor econômico devido às eleições.

Notícia Max – Como o senhor analisa o poder de compra do brasileiro com o aumento do salário mínimo para R$ 1.210,44?
Ederaldo Lima – Na verdade falar em aumento é uma pequena variação incorreta na linha de pensamento. Temos em si um ajuste da inflação do ano anterior, todos os governos pregam um aumento, principalmente em ano eleitoral, mas o que temos na verdade é ajuste no salário mínimo corrigindo a inflação do ano anterior. Neste sentido, o poder de compra do brasileiro só tem cada vez diminuído, basta ver que a nossa linha do pobreza tem aumentando constantemente nos últimos anos, veja dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e dos centros de pesquisas confiáveis. Precisamos mudar a sistemática de “ajuste” do salário mínimo para termos “reajuste” do mesmo.

Notícia Max – Na opinião do senhor, havia margem para um maior aumento?
Ederaldo Lima – É complicado avaliar que o aumento deveria ser maior, pois estamos em uma crise e que com certeza interfere no reajuste do salário mínimo, mas o que já deveríamos estar fazendo há anos é ajustado as bases salariais acima, hoje, olhando centros de pesquisas, temos que o salário mínimo no Brasil deveria estar acima de R$ 4 mil/mês no mínimo.

Notícia Max – No caso dos mato-grossenses, o que a população pode esperar no setor econômico do Estado?
Ederaldo Lima – Mato Grosso é um estado à parte no Brasil. Sempre digo que enquanto o Brasil coloca aparelhos para tentar sobreviver economicamente, a gente se sobressai e vende os aparelhos, uma metáfora que podemos usar no exemplo da carne, todo mundo em casa e se alimentando e Mato Grosso produzindo alimento e vendendo arrobas e arrobas, o valor do boi cresceu muito. Com isso, quero dizer, não olhe para Mato Grosso como se olha para o Brasil, olhe para Mato Grosso como um caso à parte, onde as oportunidades existem e trabalhe neste sentido, só é preciso estar pronto.

Notícia Max – A redução dos impostos anunciada pelo Governo Estadual terá grande impacto no bolso do cidadão?
Ederaldo Lima – A do ICMS é difícil de dizer, pois acredito que o comerciante vai usar esta redução mais para melhorar sua margem de lucro do que para trazer ao consumidor final, o comerciante está precisando de fôlego. Já para o caso da diminuição no combustível, isto sim, já estamos vendo em si uma melhoria nos preços, é claro que não é a ideal, mas é uma melhoria, precisamos acompanhar e cobrar, o problema nosso brasileiro é não cobrar.

Também temos que entender que os preços não voltarão mais ao patamar de dois anos atrás, isto é irreal, temos que entender que estes preços irão parar de cair quando reduzir uns 30% do valor que chagamos, enfim, chegamos ao nosso novo normal, esta é a verdade.

Notícia Max – O senhor vê uma retomada forte na economia este ano, com a vacinação e consequente redução no número de casos de covid no estado?
Ederaldo Lima – Esta é uma excelente pergunta. Estamos em plena 3ª onda, e agora temos uma mistura de gripe e covid-19, como não temer os cenários econômicos mundiais? Penso que teremos um ano bem complicado, temos que pensar que é ano eleitoral e que existe no mercado mundial uma forte repreenda com o desfecho que estas eleições podem terminar, então, é o ano de instabilidade, mas em menor grau que 2020 e 2021, mas ainda assim de termos precaução e nos preparar para 2023.

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