Interferência de Bolsonaro na PF volta a ser investigada por delegado que havia sido afastado

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Moraes mantém delegado à frente de inquérito sobre possível interferência de Bolsonaro na PF

O caso continuará com Felipe Leal, que foi substituído do Serviço de Inquéritos Especiais, após ter elaborado um relatório que aponta ilegalidades no inquérito aberto pelo STJ contra a Lava Jato
Moraes mantém delegado à frente de inquérito sobre possível interferência de Bolsonaro na PF

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que o inquérito que apura interferência do presidente da República Jair Bolsonaro na Policia Federal continue com o delegado Felipe Leal.

Em abril, ele foi substituído do comando chefe do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), responsável por investigar autoridades com foro privilegiado. A decisão da PF foi tomada após o delegado ter elaborado um relatório que aponta ilegalidades no inquérito aberto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a operação Lava Jato com base em mensagens roubadas e adulteradas da operação.

A determinação consta de um despacho dado pelo ministro na segunda-feira, em que afirma que Leal deverá ser mantido à frente das investigações “considerado seu conhecimento técnico da presente investigação“. A designação de Moraes foi comunicada ao Diretor-Geral da PF, Paulo Mairuino.

O inquérito foi aberto após as denúncias do então ministro da Justiça Sergio Moro, que pediu demissão do cargo ao anunciar os desmandos do presidente, na tentativa de interferir na Policia Federal, em especial no comando do Rio de Janeiro que investiga crimes atribuídos ao próprio presidente e a seus filhos. Os crimes são de Peculato e lavagem de dinheiro no desvio de verbas que deveriam remunerar servidores dos gabinetes parlamentares de Jair, Falvio e Carlos Bolsonaro.

O inquérito está parado há muito tempo por falta de uma definição sobre o modelo do depoimento do presidente Bolsonaro.

Felipe Leal, que antes de ter sido afastado, estava no caso desde a época do ministro Celso de Mello, volta agora, sem poder ser retirado novamente das investigações por decisões políticas.

O presidente Jair Bolsonaro olhou para o lado em que estava sentado o então ministro Sergio Moro ao falar em “interferir” durante a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

O então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello que se aposentou este ano, divulgou um mês depois em maio, o vídeo da reunião ministerial do governo Bolsonaro, que integra o inquérito que investiga a suposta interferência do presidente da República na Polícia Federal.

Dois dias depois da reunião em que ameaçou interferir, Bolsonaro demitiu o diretor da PF. Moro então, no mesmo dia 24 de abril, pediu demissão sob o argumento de Jair Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o então diretor-geral do órgão, Maurício Valeixo, e insistir na troca do comando da PF no Rio de Janeiro.

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